sexta-feira, setembro 22, 2006




Franciscanos


A Ordem e o seu Fundador:
A mais importante e mais antiga das Ordens Religiosas Mendicantes é a dos Frades Menores ou Franciscanos. Surgida no início do séc. XIII, a Ordem Franciscana deseja responder ao espírito da época e, sobretudo, ao grande movimento de revalorização do espírito da pobreza evangélica. Além disso, respondia igualmente ao sentimento global da necessidade de um maior contacto entre religiosos e leigos, ultrapassando os habituais esquemas monásticos e relacionando o ministério sacerdotal com a pregação e outras obras de apostolado.
O “fundador”, Francisco, nasceu em 1181 na cidade de Assis (S. Francisco de Assis). Seus pais foram Giovanna, la madonna Pica, assim chamada, e Pietro de Bernardone, rico comerciante de tecidos. No baptismo cristão recebeu o nome de João Baptista, escolhido pela mãe na ausência do pai que desejava para o filho o nome de Francisco.

Depois de uma juventude relativamente despreocupada, entre sonhos, ambições e lutas de cavalaria (participou na guerra entre Assis e Perúsia onde foi feito prisioneiro), Francisco sofre, em 1206, uma profunda transformação interior após uma grande enfermidade. Renunciando ao ideal de cavalaria, e renunciando à suas antigas honras , abraça um ideal de oração e penitência. Além disso, na fidelidade ao que podemos hoje definir de chamamento de Deus, dedica-se aos pobres e leprosos.

A sua vocação afirmou-se mais concretamente ainda quando, na Igreja de S. Damião, perto de Assis, Francisco, em profunda experiência de oração, ouviu de Cristo, por três vezes, as conhecidas palavras: “Francisco vai reparar a minha Igreja que, como vês, está totalmente em ruínas”.
Num primeiro momento Francisco entende as palavras de Cristo no seu sentido puramente material e, podemos dizer, torna-se pedreiro. É assim que ele recontrói a Igreja.
Mais tarde Francisco entende o sentido mais profundo das mesmas palavras de Cristo e percebe o apelo divino de uma outra maneira e com outras implicações.
Nesta fase da vida de Francisco de Assis acontece algo que não deixará de ser relevante. Extremamente revoltado com o comportamento de Francisco (que além de muitas outras coisas começara a distribuir bens ao mais pobres e a visitá-los nas suas habitações e lugares de permanência), o seu, Pietro de Bernardone, deserda-o e leva-o a tribunal eclesiástico. Diante da multidão, Francisco renuncia atudo o que possui, despe-se e entrega as roupas ao pai. Gesto profundo e profético que se explicitará na história futura. É o bispo da cidade que, com a sua capa episcopal, lhe cobre a nudez.Daqui em diante separado do mundo da riqueza, Francisco servirá, em despojamento total, a Igreja. Chamaram-lhe o “louco de Deus”. Estava definida a longa caminhada de Francisco para a vida.
Aos vinte e sete anos Francisco sente novo chamamento de Deus. A sua vocação define-se mais precisamente: seguir Cristo, como já tantos outros o haviam feito, na pobreza e na pregação.
Neste momento juntam-se a Francisco alguns companheiros. Sua regra era observar o Evangelho. Vestiam-se, como os pobres do lugar, com uma túnica com capuz atada à cintura com um cordão em vez dum cinto.
O grupo que, num primeiro momento, surge muito espontaneamente, começa a ganhar “estabilidade”. Chamr-se-ão frades penitentes ou frades menores. Em 1209 o Papa Inocêncio III aprova esta nova regra e a Ordem Fransciscana instala-se definitivamente na Porciúncula. Estavam lançados os alicerces da Ordem Franciscana.
O crescimento que se segue é extremamente rápido. Numerosos irmãos se lançam pelos caminhos de Itália fazendo, desta forma, expandir-se o espírito de Francisco de Assis na sua procura de uma vivência da pobreza evangélica como sinal do seguimento de Jesus Cristo.
Em 1212, colateral à ordem masculina, foi fundada a ordem feminina por Sta. Clara de Assis (pauperes Dominae de S. Damião, Clarissas).
Aos quarenta anos, fraco e fatigado, Francisco retira-se para os eremitérios de Rieti com o simples e único desejo de se unir a Cristo. É aí, em 1224 que se produz o prodígio dos estigmas de Cristo. As suas mãos, o seu lado e os seus pés são trespassados.
A morte de Francisco de Assis dá-se em 3 de Outubro de 1226. Dois anos mais tarde - 1228 - o Papa Gregório IX canoniza-o em Assis.

Como já se referiu, a Ordem Franciscana difundiu-se rapidamente em toda a Europa. No momento da morte de Francisco, o número de irmãos já ascendia a 5000. E, no Capítulo Geral de Estrasburgo, em 1282, contavam-se já 1583 Conventos divididos em 34 Províncias. Emmeados do séc. XIV o número de irmãos é de 30 000 no mundo inteiro.
No séc. XV a Ordem Franciscana dividir-se-à em duas Ordens autónomas. Os Observantes querem guardar uma íntegra fidelidade à primitiva Regra. Consideram-se como os legítimos herdeiros de S. Francisco. Do outro lado estão os Conventuais que abraçam um tipo de vida mais monástico. A divisão apenas será reconhecida por Bula papal em 1517.

Espiritualidade franciscana:
A espiritualidade franciscana, subsidiária do pensamento e da vida do seu fundador Francisco de Assis, possui as seguintes notas características:
- espiritualidade teocêntrica e cristológica;
- espiritualidade mariana;
- espiritualidade eclesial;
- espiritualidade evangélica;
- vida activa e contemplativa;
- virtudes características: caridade, pobreza, humildade, obediência,
simplicidade, prudência, mortificação, discreção, profunda e viva alegria.

Efectivos:
Neste momento os Franciscanos são, mais ou menos, cerca de 18500 espalhados por todo o mundo e repartidos em cerca de 3000 Conventos.

Formação:
A entrada na Ordem dos Frades Menores (Franciscanos) segue um processo definido em sucessivas etapas: postulantado (seis meses a um ano); noviciado ( um a dois anos); profissão dos votos temporários (três a nove anos); profissão dos votos definitivos.

Hábito:
Os Franciscanos usam, normalmente, o hábito castanho com capuz atado na cintura com um cordão simples.

Algumas figuras da Ordem Franciscana na História:
Santa Clara (1194-1253); São Boaventura (1221-1274); Sto. António (uns chamam-lhe de Lisboa, outros de Pádua; 1195-1231); S. Bernardino de Sena (1380-1444); João Duns Scoto (1266-1308); Guilherme de Ockham (1290-1350); S. Maximiliano Kolbe (1894-1941)


Ordem Franciscana em Portugal:
1) Frades Menores Conventuais - O.F.M.Conv.
- Diocese de Coimbra: Rua Brigadeiro Correia Cardoso, 18; 3000
COIMBRA;
- Diocese de Lisboa: Praça Dr. Fernando Amado, lote 566, 3ºI; 1900 LISBOA

2) Ordem dos Frandes Menores -Franciscanos O.F.M.
-Igreja de S. Francisco, largo de S. Francisco, 8000 FARO;
- Fraternidade Franciscana, Residência Paroquial, Calhetas, 9600
RIBEIRA GRANDE;
- Colégio das Missões Franciscanas, Montariol, 4701 BRAGA CODEX;
- Franciscanos, Rua Dias da Silva, 59, 3000 COIMBRA;
- Igreja NªSª da Penha, Rua da penha de França, 3; 9000 FUNCHAL;
- Igreja de S. Francisco, Rua do Almacave, 5100 LAMEGO;
- Convento de S. Francisco, Portela, marinha Grande - 2400 LEIRIA;
- Franciscanos, Rua Silva Cravalho, 34, 1200 LISBOA;
- Hospital de Jesus, Travessa da Arrochela, 2; 1200 LISBOA;
- Igreja-Casa de Sto. António à Sé, Rua das Pedras Negras, 1; 1100 LISBOA;
- Seminário da Luz, Largo da Luz, nº11, 1699 LISBOA;
- Convento de Sto.António, Varatojo, 2560 TORRES VEDRAS;
- Franciscanos, Rua António Nobre, 21, 4450 MATOSINHOS;
- Igreja do Calvário, Av Egas Moniz - 4560 PENAFIEL;
- Franciscanos, Rua dos Bragas, 321, 4000 PORTO;
- Residência Paroquial, Casais- 2300 TOMAR;
- Residência Paroquial, Lamarosa, 2350 TORRES NOVAS;
- Ordem Terceira de S. Francisco, Av 22 de Dezembro, 19, 2900 SETÚBAL;
- Paróquia de S. Pedro, Rua Combatentes da Grande Guerra, 49,
5000 VILA REAL.

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