segunda-feira, outubro 15, 2007











ConVocação
20 e 21 de Outubro 2007
Pré-Seminário Diocesano
(de sábado às 12h00 até Domingo às 14h00)
Encontro "ConVocação"
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Em que falamos

quando falamos de vocação



Existem, nas nossas linguagens, conceitos que não são unívocos quanto ao significado e quanto ao sentido que expressam. É o que acontece com o conceito e a realidade da “Vocação”. É um conceito e uma ideia muitíssimos reflectidos e estudados.


Para irmos ao encontro do significado de “vocação” podemos partir do facto de que “vocação” está relacionado com “voz” e com o radical latino “vocare”, ou seja “chamar”. É por isso que, no dizer de V. P. Magalhães, a própria palavra sugere algo ou alguém que nos convoca e nos provoca[1]. E se convoca e provoca, podemos dizer que da vocação farão parte também a resposta e a opção.


Mas, na reflexão do mesmo autor, surgem imediatamente algumas questões sobre a vocação como processo: Parece fácil. Mas […] surgem logo imensas questões: 1) Existe a tal vozinha interior que diz a cada um quem é e o que deve fazer? 2) Habitualmente fala-se de ter (e não ter) vocação: afinal é uma coisa que se tem? É da ordem do ter ou do ser? 3) E isso significa predestinação ou opção? […] 4) Qual é a relação entre vocação e profissão? 5) E entre vocação e vontade de Deus? 6) E como é que eu a conheço? 7) Quantas vocações existem?[2].


Diante de todas estas interrogações, é importante assumir algumas clarificações. A vocação não é uma espécie de sentimento (sentir ou não sentir), não se confunde com uma profissão (não é uma questão de ter jeito), não diz respeito apenas a algumas pessoas (é de todos), não é uma espécie de predestinação (é sim questão de liberdade), não é apenas uma opção individual e pessoal nem apenas comunitária. Trata-se sim de um chamamento interior e profundo.


A vocação é um processo de maturação, mais ou menos longo que se faz através da avaliação dos sinais (interiores e exteriores) que vão mostrando a cada pessoa com o que é que essa pessoa se identifica, o que é que a interpela e desafia, o que é que a provoca, a que é que adere mais profundamente (ou deseja aderir)[3].


Neste processo de maturação está em jogo tudo o que cada pessoa é (o seu “eu actual”) e tudo o que deseja ser (o seu “eu ideal” que é realizável e é diferente de um “eu abstracto). Assim, a vocação é, simultaneamente, opção e chamamento, dom e, ao mesmo tempo, dinamismo pessoal (é deixar-se interpelar e é, ao mesmo tempo, ser livre e assumir). Vocação é diálogo.



[1] Vasco Pinto de MAGALHÃES, S.J., Vocação e vocações (Braga: A:O. 1992) 13.
[2] Ibid.
[3] Ibid.

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