terça-feira, julho 24, 2007


Ó Deus,
Escolheste fazeres-Te esperar.
A mim não me agrada esperar.
Não gosto de esperar na fila.
Não gosto de esperar a minha vez.
Não gosto de esperar pelo comboio.
Não gosto de esperar para julgar.
Não gosto de esperar o momento oportuno.
Não gosto de esperar porque não tenho tempo
E vivo só no instante.
Por outro lado, bem o sabes,
Tudo está disposto para que não tenha de esperar:
Os bilhetes para os meios de transporte,
Os auto-serviços,
As vendas a crédito,
Os distribuidores automáticos,
As fotografias de revelação instantânea,
Os faxes e os terminais de computador,
As televisões e as rádios em informação.
Não preciso de esperar as notícias:
Elas surpreendem-me porque se me antecipam.
Mas Tu ó Deus
Decidiste fazer-te esperar
Todo o tempo que dura um advento.
Porque fizeste da espera
O espaço de conversão,
O frente a frente com o que está oculto.
Na espera já Te estás a dar,
E, para Ti ó Deus,
Esperar
Conjuga-se com rezar.


J. DEBRUYNNE, Écoute, Seigneur, ma prière (Paris : s/ed, 1988) 399.

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