quinta-feira, julho 26, 2007



Preparando o Domingo
XVII Domingo do TC



“Senhor, ensina-nos a rezar”. Aprendizagem da oração, podia ser este o título dos textos da liturgia deste domingo.
Na 1ª leitura somos convidados a contemplar uma súplica de Abraão junto de Deus pelos habitantes de Sodoma. É uma oração animada pela compaixão à imagem da compaixão de Deus pelos homens. É essa a razão da confiança e da audácia para a intercessão de Abraão. E aqui encontramos um dos dramas de toda a oração: a prova da fé na fidelidade de Deus à sua Aliança de amor com os homens.
O Salmo, por sua vez, aparece como modelo de toda a oração de acção de graças: “De todo o coração, Senhor, eu vos dou graças”, “Pela vossa verdade e amor dou graças ao vosso Nome”. A relação com a primeira leitura estabelece-se pelo facto da acção de graças ser sempre uma expressão da oração de fé.
No Evangelho, o próprio Jesus nos assegura que as nossas orações serão sempre ouvidas: “Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”. Jesus não especifica o que é que se nos abrirá ou o que é que encontraremos. Diz-nos somente que “Quem pede recebe, quem procura encontra, e a quem bate abrir-se-á”. Um outro aspecto da oração da fé aparece aqui: uma confiança absoluta não só no facto de que Deus nos ouvirá, mas também no facto de que Deus nos dará o melhor para nós. E, por isso, uma outra certeza: Quem dá – Deus – é muito mais precioso do que aquilo que dá. É Ele, portanto, o primeiro e grande tesouro que nós recebemos na oração.
Estamos, neste aspecto, a tocar o essencial da oração cristã. Rezar é estar e permanecer na presença de Deus em comunhão com Ele. Rezar é permitir que Deus venha habitar em nós e é deixarmo-nos transformar por Ele. Esta comunhão na vida de Deus tornou-se possível a partir do nosso Baptismo pelo qual nós participamos do Ser de Deus como nos diz a segunda leitura. Cristo vem ao nosso coração para nos libertar do pecado. E permite-nos, no Espírito Santo, fazermos a sua experiência de Filho e consigo exclamarmos e invocarmos: “Pai Nosso”.
Compreendemos então muito melhor o sentido da oração do “Pai-Nosso” que Jesus ensina aos seus discípulos. Muito mais do que uma técnica de oração, Jesus revela a oração que acompanha a história da salvação como um chamamento recíproco entre Deus e o homem e que encontra em si mesmo (Jesus, o Filho) o seu cumprimento. N’Ele, Jesus, o chamamento de Deus encontra a resposta do homem. E n’Ele, Jesus, o grito do homem encontra o coração cheio de compaixão de Deus.

Como o fizeram os discípulos, contemplemos também nós Jesus em oração. Jesus é Aquele em Quem se cumpre este maravilhoso encontro entre Deus e o homem. Nós somos os discípulos de hoje. Deixemo-nos tocar pela oração do Mestre. Quando Jesus reza também nos ensina a rezar. Contemplemos a sua humildade e a sua confiança filial em Deus Pai.
A partir daí nós podemos interrogar-nos sobre qual é o ponto de partida da nossa oração. Quando rezamos fazemo-lo a partir da nossa vontade ou a partir de um coração humilde que tudo espera do seu Deus na confiança de que tudo o que Ele dará será o melhor?
A oração é uma exigência fundamental da vida do discípulo porque é ela que configura cada discípulo a Jesus Cristo.
Irmão Elias, Família de S. José

2 comentários:

Anónimo disse...

Q foto maravilhosa! Mts parabéns por todos os conteúdos deste blog! Agradeço estas reflexões sobre a Palavra do Domingo! Já não há dia q ñ visite este blog!
Tá nos meus favoritos!
Bem-hajam por todo este trabalho.

SDPVocações Portalegre - Castelo Branco disse...

Muito obrigado! Vamos tentando partilhar uma vida que queremos cada vez mais enraízada em Jesus Cristo. Nem sempre conseguimos actualizar o blog todos os dias, mas sentimos a comunhão de quem connosco olha o mundo e a vida e descobre sinais de Deus.